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Quem tem faculdade ganha o dobro, mostra estudo da OCDE.

quem tem faculdade ganha o dobro

Ensino Superior no Brasil: Impacto no Salário, Evasão e o Relatório Education at a Glance 2025 da OCDE

O mais recente relatório “Education at a Glance 2025” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) trouxe à tona dados cruciais sobre o cenário da educação superior globalmente, com um olhar atento para o Brasil. Este documento, considerado uma fonte autoritária de informações sobre o estado da educação, destaca não apenas os avanços, mas também os desafios persistentes que moldam o futuro de milhões de jovens.

No Brasil, a busca por um diploma universitário é frequentemente vista como um passaporte para melhores oportunidades no mercado de trabalho, mas será que a realidade corresponde a essa expectativa? Vamos mergulhar nos dados e entender o panorama completo sobre o impacto do ensino superior no salário, as taxas de evasão e a qualidade da educação.

A Vantagem do Diploma: Salário e Empregabilidade no Ensino Superior

No Brasil, a diferença salarial entre quem possui ensino superior e quem tem apenas o ensino médio é gritante. Dados do relatório da OCDE Education at a Glance 2025 revelam que brasileiros de 25 a 64 anos com diploma universitário ganham, em média, 148% a mais do que aqueles com formação até o ensino médio.

Essa disparidade é significativamente maior do que a média dos países da OCDE, que é de 54%. O impacto do ensino superior no salário é evidente, colocando o Brasil atrás apenas da Colômbia (150%) e África do Sul (251%) nesse quesito, o que sublinha o valor econômico do ensino superior no país. Além do salário, o diploma universitário também aumenta as chances de empregabilidade no mercado de trabalho, consolidando a percepção de que a educação superior é um investimento que vale a pena.

 

Os Desafios da Evasão e Conclusão no Ensino Superior Brasileiro

Apesar dos benefícios evidentes, o caminho até o diploma universitário é repleto de obstáculos. O relatório da OCDE aponta que 25% dos estudantes brasileiros abandonam o ensino superior após o primeiro ano, um número alarmante quando comparado à média de 13% nos países da OCDE.

A taxa de conclusão também é preocupante: menos da metade (49%) dos ingressantes conclui o curso em até três anos após o período esperado, enquanto a média da OCDE é de 70%. Consequentemente, apenas 24% dos jovens brasileiros entre 25 e 34 anos de fato concluem o ensino superior, bem abaixo da média de 49% da OCDE. Essa alta taxa de evasão no ensino superior no primeiro ano pode indicar um descompasso entre as expectativas dos alunos e a realidade dos cursos, ou a falta de apoio e orientação profissional adequados.


Jovens NEET no Brasil e a Lacuna de Gênero na Educação

Outro ponto de atenção levantado pelo “Education at a Glance 2025” é a proporção de jovens que não estão empregados, em educação ou treinamento (NEET). No Brasil, quase um quarto (24%) dos jovens de 18 a 24 anos se encontra nessa situação, um índice superior à média da OCDE, que é de 14%.

Preocupa ainda mais a diferença de gênero: 29% das mulheres brasileiras nessa faixa etária são NEET, contra 19% dos homens. Essa disparidade contrasta com a maioria dos países da OCDE, onde as taxas de NEET entre homens e mulheres tendem a ser semelhantes.

O relatório também destaca que, em todos os países, as mulheres que iniciam o bacharelado têm maior probabilidade de concluir os estudos do que os homens, uma tendência que se repete no Brasil, com 53% para mulheres e 43% para homens.

Investimento em Educação Superior no Brasil

Quando se trata de investimento em ensino superior, os dados do relatório da OCDE inicialmente indicavam que o Brasil gastava US$ 3.765 por aluno em 2022, um valor significativamente inferior à média da OCDE de US$ 15.102. No entanto, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) prontamente retificou essa informação. Segundo o Inep, o cálculo da OCDE dividiu o investimento público por todos os alunos do ensino superior (públicos e privados), enquanto o correto seria considerar apenas os alunos de instituições públicas.

Com essa correção, o gasto público por aluno em instituições públicas de ensino superior no Brasil sobe para US$ 15.619, superando a média da OCDE. Em termos de porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB), o investimento governamental no Brasil (0,9%) é, na verdade, semelhante ao da média da OCDE. Essa clarificação do Inep é crucial para uma compreensão mais precisa do esforço financeiro do país na educação superior.

 

 

Qualidade da Educação Superior e a Lacuna de Habilidades

Além dos números de acesso e conclusão, a qualidade da educação superior também é um ponto de preocupação. Uma pesquisa da OCDE de 2023, a Pesquisa de Competências de Adultos (PIAAC), revelou que, em média, 13% dos adultos com ensino superior em 29 países e economias da OCDE não atingiram sequer o nível básico de proficiência em alfabetização. Isso significa que muitos conseguem compreender apenas textos curtos sobre temas familiares, ilustrando que a expansão do acesso à educação não é suficiente; é preciso garantir que os alunos desenvolvam as habilidades necessárias para prosperar.

O relatório enfatiza a necessidade de fortalecer a preparação acadêmica e a orientação profissional no ensino médio, bem como a criação de programas de ensino superior com sequências de cursos bem definidas e apoio para estudantes em risco de atraso. Opções mais inclusivas e flexíveis, como programas personalizados e microcredenciais, também são recomendadas para melhorar a qualidade da educação.

 

 

Conclusão: O Futuro do Ensino Superior no Brasil

O “Education at a Glance 2025” da OCDE, com os dados complementares do Inep, oferece um panorama complexo e multifacetado do ensino superior no Brasil. Se, por um lado, o diploma universitário continua sendo um poderoso motor de ascensão social e econômica, por outro, os desafios da evasão, da baixa taxa de conclusão, da alta proporção de jovens NEET e das lacunas de habilidades exigem atenção urgente.

É fundamental que políticas públicas sejam formuladas e implementadas para garantir não apenas o acesso, mas a permanência, a conclusão e a qualidade do ensino superior, assegurando que cada estudante tenha a oportunidade de desenvolver plenamente seu potencial e contribuir para uma sociedade mais justa e próspera. O futuro do Brasil passa, inegavelmente, pela educação.

 

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Ensino Superior no Brasil: Impacto no Salário, Evasão e o Relatório Education at a Glance 2025 da OCDE

O mais recente relatório “Education at a Glance 2025” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) trouxe à tona dados cruciais sobre o cenário da educação superior globalmente, com um olhar atento para o Brasil. Este documento, considerado uma fonte autoritária de informações sobre o estado da educação, destaca não apenas os avanços, mas também os desafios persistentes que moldam o futuro de milhões de jovens.

No Brasil, a busca por um diploma universitário é frequentemente vista como um passaporte para melhores oportunidades no mercado de trabalho, mas será que a realidade corresponde a essa expectativa? Vamos mergulhar nos dados e entender o panorama completo sobre o impacto do ensino superior no salário, as taxas de evasão e a qualidade da educação.

A Vantagem do Diploma: Salário e Empregabilidade no Ensino Superior

No Brasil, a diferença salarial entre quem possui ensino superior e quem tem apenas o ensino médio é gritante. Dados do relatório da OCDE Education at a Glance 2025 revelam que brasileiros de 25 a 64 anos com diploma universitário ganham, em média, 148% a mais do que aqueles com formação até o ensino médio.

Essa disparidade é significativamente maior do que a média dos países da OCDE, que é de 54%. O impacto do ensino superior no salário é evidente, colocando o Brasil atrás apenas da Colômbia (150%) e África do Sul (251%) nesse quesito, o que sublinha o valor econômico do ensino superior no país. Além do salário, o diploma universitário também aumenta as chances de empregabilidade no mercado de trabalho, consolidando a percepção de que a educação superior é um investimento que vale a pena.

 

Os Desafios da Evasão e Conclusão no Ensino Superior Brasileiro

Apesar dos benefícios evidentes, o caminho até o diploma universitário é repleto de obstáculos. O relatório da OCDE aponta que 25% dos estudantes brasileiros abandonam o ensino superior após o primeiro ano, um número alarmante quando comparado à média de 13% nos países da OCDE.

A taxa de conclusão também é preocupante: menos da metade (49%) dos ingressantes conclui o curso em até três anos após o período esperado, enquanto a média da OCDE é de 70%. Consequentemente, apenas 24% dos jovens brasileiros entre 25 e 34 anos de fato concluem o ensino superior, bem abaixo da média de 49% da OCDE. Essa alta taxa de evasão no ensino superior no primeiro ano pode indicar um descompasso entre as expectativas dos alunos e a realidade dos cursos, ou a falta de apoio e orientação profissional adequados.


Jovens NEET no Brasil e a Lacuna de Gênero na Educação

Outro ponto de atenção levantado pelo “Education at a Glance 2025” é a proporção de jovens que não estão empregados, em educação ou treinamento (NEET). No Brasil, quase um quarto (24%) dos jovens de 18 a 24 anos se encontra nessa situação, um índice superior à média da OCDE, que é de 14%.

Preocupa ainda mais a diferença de gênero: 29% das mulheres brasileiras nessa faixa etária são NEET, contra 19% dos homens. Essa disparidade contrasta com a maioria dos países da OCDE, onde as taxas de NEET entre homens e mulheres tendem a ser semelhantes.

O relatório também destaca que, em todos os países, as mulheres que iniciam o bacharelado têm maior probabilidade de concluir os estudos do que os homens, uma tendência que se repete no Brasil, com 53% para mulheres e 43% para homens.

Investimento em Educação Superior no Brasil

Quando se trata de investimento em ensino superior, os dados do relatório da OCDE inicialmente indicavam que o Brasil gastava US$ 3.765 por aluno em 2022, um valor significativamente inferior à média da OCDE de US$ 15.102. No entanto, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) prontamente retificou essa informação. Segundo o Inep, o cálculo da OCDE dividiu o investimento público por todos os alunos do ensino superior (públicos e privados), enquanto o correto seria considerar apenas os alunos de instituições públicas.

Com essa correção, o gasto público por aluno em instituições públicas de ensino superior no Brasil sobe para US$ 15.619, superando a média da OCDE. Em termos de porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB), o investimento governamental no Brasil (0,9%) é, na verdade, semelhante ao da média da OCDE. Essa clarificação do Inep é crucial para uma compreensão mais precisa do esforço financeiro do país na educação superior.

 

 

Qualidade da Educação Superior e a Lacuna de Habilidades

Além dos números de acesso e conclusão, a qualidade da educação superior também é um ponto de preocupação. Uma pesquisa da OCDE de 2023, a Pesquisa de Competências de Adultos (PIAAC), revelou que, em média, 13% dos adultos com ensino superior em 29 países e economias da OCDE não atingiram sequer o nível básico de proficiência em alfabetização. Isso significa que muitos conseguem compreender apenas textos curtos sobre temas familiares, ilustrando que a expansão do acesso à educação não é suficiente; é preciso garantir que os alunos desenvolvam as habilidades necessárias para prosperar.

O relatório enfatiza a necessidade de fortalecer a preparação acadêmica e a orientação profissional no ensino médio, bem como a criação de programas de ensino superior com sequências de cursos bem definidas e apoio para estudantes em risco de atraso. Opções mais inclusivas e flexíveis, como programas personalizados e microcredenciais, também são recomendadas para melhorar a qualidade da educação.

 

 

Conclusão: O Futuro do Ensino Superior no Brasil

O “Education at a Glance 2025” da OCDE, com os dados complementares do Inep, oferece um panorama complexo e multifacetado do ensino superior no Brasil. Se, por um lado, o diploma universitário continua sendo um poderoso motor de ascensão social e econômica, por outro, os desafios da evasão, da baixa taxa de conclusão, da alta proporção de jovens NEET e das lacunas de habilidades exigem atenção urgente.

É fundamental que políticas públicas sejam formuladas e implementadas para garantir não apenas o acesso, mas a permanência, a conclusão e a qualidade do ensino superior, assegurando que cada estudante tenha a oportunidade de desenvolver plenamente seu potencial e contribuir para uma sociedade mais justa e próspera. O futuro do Brasil passa, inegavelmente, pela educação.

 

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